sexta-feira, 11 de maio de 2012

Comissão da Verdade, mais um Núcleo de Dominação Social

Depois de muito matutar, a primeira-presidenta Dilma constituiu mais um núcleo de dominação social, A Comissão da Verdade.

Deixou de fora, para desgosto dos vingativos de sempre, tradicionais e decantados cardeais richelieuxes dos novos tempos dessa República dos Calamares. Zé Dirceu que se ofereceu de bandejão, amarga mais um empurrão merecido ao purgatório das almas inquietas e mal-amadas dessa temporada de caça aos esqueletos nos armários.

O perfil dos que vão descavocar o passado antigo e deixar de lado o presente apinhado de corruptos, aloprados, sanguessugas, vampiros, consultores, ministros malfeitores de malfeitos públicos e notórios já caiu na rede. Saiba você também porque Dilma preferiu essa turma e deixou de lado os que se arvoram a ser chamados de construtores da democrcia da Silva. Eis aí os constituíntes da verdade que interessa à História Oficial:

Cláudio Fonteles foi procurador-geral da República de 2003 a 2005. Na década de 60, atuou em movimento estudantil ligado à esquerda católica. Atualmente, é membro do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, faz trabalhos de assistência social e estuda teologia.
Gilson Dipp é ministro Superior Tribunal de Justiça (STJ) desde 1998 e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desde 2011. Foi corregedor-nacional de Justiça de 2008 a 2010 e preside a Comissão de Juristas com a finalidade de elaborar o anteprojeto do Código Penal.

José Carlos Dias é advogado criminalista e autor de dois livros de poesia. Foi ministro da Justiça entre 1999 e 2000, no governo FHC. Atualmente é conselheiro da Comissão Justiça e Paz de São Paulo e membro do conselho curador da Fundação Padre Anchieta.

José Paulo Cavalcanti Filho é advogado no Recife, escritor e consultor da Unesco e do Banco Mundial. Presidiu o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) entre 1985 e 1986 e foi ministro interino da Justiça no governo de José Sarney.

Maria Rita Kehl é psicanalista, ensaísta, crítica literária, poetisa e cronista. Durante o regime militar, foi editora do Jornal Movimento, jornal alternativo de contestação à ditadura. Em 2010, ganhou o Prêmio Jabuti de Literatura com o livro "O Tempo e o Cão".

Paulo Sérgio de Moraes Sarmento Pinheiro é professor de Ciência Política, escritor e consultor. Foi secretário especial dos Direitos Humanos, no governo Fernando Henrique Cardoso, e relator do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) em suas duas primeiras versões em 1996 e 2002.

Rosa Maria Cardoso da Cunha é advogada criminalista, professora e escritora. No início da carreira, especializou-se na defesa de crimes políticos. Atuou também nas áreas de meio ambiente, mercado financeiro, direito do consumidor e crimes de imprensa.

Falta agora criar a Comissão da Verdade Atual. Que o povo indique seus novos formadores de opinião.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

O dedo de Carlinhos Cachoeira

Desde que vazaram os 300 telefonemas de Demóstenes para Carlinhos Cachoeira que não param de vir a furo ligações do rei dos contraventores brasileiros com autoridades, políticos, empresários da indústria, do comércio, prestadores de serviço, consultores e até com uma lá que outra pessoa que pisa nos astros distraída...

O dedo de Cachoeira aparece a todo instante na máquina pública e na máquina privada; em governos estaduais, em prefeituras, em Assembleias Legislativas, ministérios, tribunais, gabinetes e latrinas de todo tamanho e feitio. É dele a única digital que aparece em tudo que é canto, em tudo quanto é buraco.
Mas ele metia a mão aonde, em quem, quando, como? Fazia tudo sozinho? Ahan, então não ele não futricava ninguém. Era só estimulação onânica. Desvio de conduta autoaplicado. Malfeitos com prazer solitário.

Bom se era masturbação, Carlinhos Cachoeira não comeu ninguém; penetrou-se apenas. Sua prática era autoprazerosa, não ia fundo no buzafan de ninguém. E, ao que parece e aparece, era só o dedo que aparecia e aparece. O dedo de Carlinhos Cachoeira. O dedo de maior carga erótico-financeira da República. O maior dedo dos governos transparentes e invisíveis do Brasil. Uma espécie de artefato proctológico para uso individual, sem contraindicação.

Na pior das hipóteses, o dedo de Carlinhos Cachoeira aparece nas pegadas deixadas por animais de outras espécies, diferentes em gênero, número e grau do velho conhecido e respeitável zoón politikon. Aí sim, se ele meteu mais que o dedo e bolinou mais que uma espécie de mamíferos quadrúpedes, ou de aves de rapina, o caso já é mais grave.

Aí, Carlinhos Cachoeira já não estava mais sozinho; aí deu zebra; já fazia fuque-fuque e ronça-e-fuça emparceirado. Quer dizer, resfolegava outrém, ainda que do animal planet.
Nesse caso, Carlinhos Cachoeira já merece castigo. É tara, desvio moral, malfeito consentido, consciente, mesmo que fora do controle. Quem mexe com bicho, merece pelo menos uma jaula.

Afora isso, basta o seu defensor público Márcio Thomaz Bastos entrar com um habeas corpus no Supremo, alegando que Carlinhos Cachoeira é um onânico contumaz; que faz tudo sozinho e não bota no buzanfan de ninguém.

Pronto, vai na hora pro olho da rua. Afinal, a masturbação é a salvação da humanidade. Até pode ser socialmente condenável em algumas culturas, mas não pega nem causa doença. Já pensou se não fosse la palmita de la mano, o que seria do mundo? E o que seria desse Brasil de segredos de Polichinelo sem o dedo de Carlinhos Cachoeira?!?

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Brasil da Silva

Estavam o Brasil e o mundo num marasmo brutal, quando em 27 de outubro de 1945, deu-se à luz em Vargem Grande, um cabra da peste que ganhou registro civil sob o apelido de Luiz Inácio da Silva. E ponto. Mas não ponto final.Vargem Grande, sabe-se lá porque cargas d'água virou Caetés e Luiz Inácio virou Lula, já se sabe por quê.


O Cara surgiu das brumas de uma família de pequenos lavradores. Um grupamento familiar que já promovia naqueles tempos e dentro das paredes de seu lar, doce lar, um verdadeiro movimento de trabalhadores sem terra. E, pelo visto, sem trabalho também. Gente pobre, gente humilde; quase boa. E melhor não era, porque não podia.


O Norte, o Nordeste - sem preconceito - são coisa dura de viver, de sobreviver, de conviver nesses brasís. Tanto é que a turma migra. Por natureza, por vocação, pela política que lhes corre nas veias; corre mais que aveia, mais que tudo.

Nada surge por acaso; nada cai de graça assim do céu. E nem tudo é o que parece, até prova em contrário. E nem tudo é porque é e tá acabado. Luiz Inácio, por exemplo, nem sabe ao certo em que dia o Brasil começou. Só sabe que seu pai o registrou dia 6 de outubro, mas que sua mãe, sempre disse que ele nasceu no dia 27”.

Orra, meu! O que é que vale, afinal: o ovo ou a galinha?!? Tanto faz como tanto fez, o prejuizo já estava consumado. O dolo era dos dois. Mas que parece coisa de gente que bebe, parece. Até então, Luiz Inácio não tinha culpa nenhuma.

Sabe-se lá porque diabo a quatro, depois disso - que não é pouco - Seu Aristides embarcou na certeza de que a esperança vence o medo e migrou para trabalhar em São Paulo, na estiva do porto de Santos. E não se conhece até hoje, porque alguns de seus rebentos, muito tempo depois, preferem torcer para o Corinthians do que para o time que Pelé deixou de herança para Neymar e Paulo Ganso.

É o de menos. O que a História Oficial conta é lá no sertão de Pernambuco ficaram a mulher, Dona Eurídice, e os oito filhos. Todos feitos asssim, à moda Túlio Maravilha, que vai chegar aos mil gols sem saber como, por quê, nem pra quê.

Cansada do Cariri, porque a chiva não ia nem vinha, a mãe de Luiz Inácio e seus sete irmãos cumpriu a liturgia da retirança, igualzinha ao ritual de milhões de nordestinos. Pegou um pau-de-arara e, em 13 gloriosos dias, chegaram ao Guarujá, no litoral paulista.


Pensa que é pouco? Naquele tempo era. Hoje, vai lá, relaxar e gozar como gosta Marta Suplicy, numa temporadazinha de chinelinho de dedo e pés descalços, vai... Só os degredados de filhos de Eva e de Luiz Inácio sabem o que isso quer dizer, na verdade. Na sua verdade, nua e crua.

De regresso à história oficial, preciso é que se diga que em 1956, Luizinho, a mãe e os irmãos se mudaram para a capital dos bandeirantes. A vida, no entanto, ficou naquele padrão assim igualzinho ao que ronda o cotidiano de quem precisa mais de Bolsa Famíglia do que de emprego de verdade.
Veja bem, morar num quarto do tamanho de um salário-mínimo atual, nos fundos de um bar, na Vila Carioca, só poderia ser premonição.  O bar, é claro... Porque o resto foi adivinhação. E sorte, muiota sorte. Pura sorte.
Foram anos de pobreza - como se um clã Silva no Brasil não soubesse o que é isso. Pobretões, mas felizes. Você pode até nem acreditar, mas todos trabalhavam. Inclusive Luiz Inácio que ainda encontrava tempo para ser moleque dos bons. Brincava de bolinha de gude, - não escamoetava nem jogava á la bochita -rodava peão, soltava pipa, exercitava suas futuras guerrilhas urbanas com guerra de mamona e jogava bola-de-meia.

Como todo sujeito que virou político, Luiz Inácio foi engraxate. Subiu logo na vida e aos 12 anos, descobriu para São Paulo, o Brasil e omundo a alegria de ser motoboy - sem moto - de uma, uma, uma... Adivinhe... Tinturaria. Foi quando então, inocentemente, descobriu o real valor de uma lavanderia.
Já taludão, aos 14  anos conseguiu o seu primeiro emprego com carteira assinada, numa metalúrgica.  Nisso - é preciso que se diga - nem Brizola conseguiu chegar a tanto. Mas, o que interessa é que mesmo trabalhando 12 horas por dia, ele ainda conseguia tempo e saco para seguir um curso de torneiro mecânico no Senai.
Arrastou-se nele até 1963. Não lhe peça hoje provas, nem apostilas, porque ele não é, nem nunca foi homem de dar importância a essas bobageiras de diplomas. Mas vale uma carteirinha do PT que um título de doutor.
No glorioso ano de 1964, canudo embaixo do braço, prendeu-se a trabalhar na metalúrgica Aliança. Foi coito no esfíncter do artista! O Cara entrou numa baita fria de ter mesmo que pegar no trabalho pesado. Caiu no turno da noite. 
E foi numa dessas que, a história oficial narra que um colega - sem a mínima convicão ideológica - cochilou e fechou a prensa transversal em cima da mão esquerda de Lula, que perdeu na hora o dedo mínimo. Ainda bem para a República era a mão esquerda e, por sorte, o inútil dedo mínimo.
Magnânimo, Luiz Inácio, jamais teve grandes interesses de revelar o nome do companheiro descuidado.

Como não tá morto quem peleia e como não podemo se entregar pros homem, Luiz Inácio ingressou nas Indústrias Villares. E já aproveitou a ocasião para entrar também no sindicalism. Nisso, ele se deixou levar pela mão do irmão mais velho, Frei Chico.
Foi o mesmo que cutucar leão com vara curta. Despertaram ali mesmo a sua paixão incontrolável pela política. No mesmo ano, movido por outra paixão casou com Maria de Lourdes, tão operária quanto ele.
Luiz Inácio conhece então a dor de ser viuvo. Sua Maria e o filho morrem durante o parto. Para compensar o Cara vira sindicalista dos pés à cabeça. Em 1972, chegou ao trono de primeiro-secretário do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema.
Em 1974 conhece dona Marisa, também viúva e mãe de Marcos Cláudio. Aí, Luiz Inácio, correndo por fora, já era pai de Lurian, mãe de seu primeiro neto. O incrível é que Luiz Inácio e Marisa estão casados até hoje e têm três filhos, Fábio, Sandro e Luiz Cláudio. Todos pobres dos pés à cabeça. Uma coisa de dar dó em pingo d'água.


Nesse meio tempo, entre 1975 e 1978, Luiz Inácio foi bipresidente do sindicato e liderou as greves do ABC. A mobilização dos metalúrgicos que sabiam trabalhar e outros tantos que sabiam discursar e vituperar, se inseriu no contexto da época, em pleno regime militar.
Aí baixou o espírito do Tiradentes e os trabalhadores se aperceberam da sua força política e - acreditem! -  do anseio por liberdade e justiça. Muito maior e mais exacerbado que o sentimento  da sociedade brasileira.
As fábricas, fabricavam boas greves e aceleraram a produção do final da ditadura. Em 10 de fevereiro de 1980, no tradicional colégio Sion, em São Paulo, foi lançado o manifesto que deu origem ao Partido dos Trabalhadores. Luiz Inácio, aí já tinha apelido: Lula fundou o PT. Para seu desgosto profundo não fundou sozinho: contou com outros sindicalistas, intelectuais e acadêmicos.

Naquele tempo ele não tinha a mania de inaugurar promessas, nem de lançar pedras fundamentais de projetos que não saem do papel. Parece mentira, mas naquele tempo era possível acreditar em Lula.

Nos anos 80, estertores da ditadura, Lula e o PT têm a cara de uma força nova na política brasileira. Em 83, Lula estava na cerimônia de lançamento da pedra fundamental da Central Única dos Trabalhadores (CUT). No ano seguinte, o PT passa de passagem pela campanha “Diretas Já”.
Acredite, se quiser, em 1986, ano da Assembléia Nacional Constituinte, Lula se candidata a deputado federal. Abocanhou 650 mil votos, foi o mais votado do país.

Isso de ser o mais votado em São Paulo, cá pra nós e que ninguém nos leia nem escute, é mole. O Enéias mostrou isso e o Tiririca assinou em baixo e deu fé. Lula não gostou. Descobriu que havia 300 picaretas por lá e se mandou. Deveria ter ficado. Estava em casa, pô.

Em 1989, depois de quase trinta anos de regime militar, os eleitores foram compulsoriamente às urnas para escolher o presidente da República.
Tocado por uma rede nacional de comitês populares, Lula meteu 31 milhões de votos, mas deu com os burros n'água e chegou em segundo lugar. Desenxabido, sem graça e insípido, não se candidatou a coisa nenhuma: dedicou-se ao “governo paralelo”. Quer dizer, ficou fazendo o que faz hoje no governo Dilma.

Eis que, de repente, chegou 1992 e Lula comandou a massa e balançou a pança mopvimentando o PT na campanha pelo “impeachment” do então presidente Fernando Collor.

Uma Fiat Elba foi o suficente para acabar com a pompa e circunstância do atleta das Alagoas. Bem menos, muito menos, do que a Land Rover de Silvinho, tesoureiro ou coisa que o valha do PT, de Zé Genoíno que, como Lula e Zé Dirceu, não viu nada, não soube de nada, não fez nada.

Em 93 Lula desandou uma série de viagens pelo Brasil. Cobriu - talvez com dinheiro do próprio bolso - o país de ponta a ponta, com um alvo fixo: fazer amigos e influenciar pessoas. Vieram então as novas eleições para a Presidência. Lula tcarregou à tiracolo, em como vice, Aloizio Mercadante. A turma de FHC lançou o Plano Real. O PT perdeu o Palácio, mas elegeu os governadores do Distrito Federal e do Espírito Santo, quatro senadores, 50 deputados federais e 92 estaduais.

Vem então 1998 e o teimoso Lula concorre, pela terceira vez, à Presidência da República. Deu Fernando Henrique outra vez. Para o bem de Lula. Mas ele não sabia disso. O desastre do repeteco de FHC fez o PT crescee. Aí, entraram na cota petista os governos do Rio Grande do Sul, do Acre, do Mato Grosso do Sul,. O Partido dos Trabalhadores fez três senadores, 59 deputados federais e 90 estaduais.

Um ano depois, Lula faz parecer que é um dos líderes da “Marcha dos Cem Mil”, então a maior manifestação política nacional contra o governo FHC .

Em janeiro de 2001 Lula participou em Porto Alegre do Fórum Social Mundial, tido e havido como um contraponto crítico à miséria social provocada pela “globalização”. Começou-se, também, a anunciar projetos para áreas específicas da vida nacional: economia, política habitacional, combate à fome, entre outras prioridades.

Em seis de outubro de 2002 Lula foi o mais votado no primeiro turno das eleições majoritárias e disputou o 2° turno com o tucano Zé Serra. Lula finalmente foi eleito o novo presidente do Brasil.
Aí, você já sabe: Lula assumiu a presidência do Brasil e nunca mais largou. Em outubro de 2014, deve consolidar o seu quarto mandato consecutivo. Ah sim, a primeira-mulher-presidenta Dilma, deve votar nele.