sábado, 21 de abril de 2012

Ele deveria ter cruzado os braços...

Há 2 mil anos exatos, Jesus Cristo completavava a maioridade. No auge dos seus 21 anos, montou aquela que seria a primeira coordenadoria de comunicação social da história da Humanidade.

Aglutinou 12 marqueteiros, escolhidos a dedo, e partiu com seus propagandistas para a maior campanha de publicidade da face da Terra. Maior, só até o surgimento de um metalúrgico que ainda hoje compete em imagem e verossimilhança com um filho de carpinteiro. De lá pra cá deu nó na madeira. Ou comercial da Petrobrás na TV ou na camisa do time de futebol do E. C. Arrancatoco.

Naqueles velhos e bons tempos, logo o departamento de jornalismo começou a editar panfletos e santinhos; não demorou nada e o setor de arte criou o crucifixo, o mais célebre e indelével logotipo do universo e, para completar, com base em duas grandes tábuas de regimentos gerais, a agência central do cristianismo escreveu página por página, o livro mais lido de todos os tempos, a Sagrada Bíblia.

Daí pra frente, foi fácil. Em cada cidade que visitavam, Jesus e seus assessores erguiam, entre a praça e a prefeitura, uma igreja. E, então, pronto! De lá pra cá, onde se vê uma capela com uma cruz no topo, há cristão por perto. Não precisa nem badalar que a gente sabe por quem os sinos dobram.

O Filho do Homem levou pouco menos de 12 anos até fracassar redondamente na consecução de sua principal missão cá entre nós: morrer na cruz para nos salvar.

Quer dizer, crucificado ele foi. Morrer, morreu; até subiu aos céus, onde está sentado à mão direita do Pai todo poderoso. Mas nos salvar, não mesmo. Nós não temos salvação.
No fundo, no fundo, na hora H, ao invés de dar colher de chá para o bom ladrão, Jesus deveria ter cruzado os braços. Preferiu provar o fel da maldade humana e, por isso, Ele morreu na cruz e Judas se safou.

Basta olhar em volta por aqui mesmo que a gente vê onde foi que Ele amarrou seu burrico. Só aqui do lado debaixo da linha do Equador, veja só no que foi que deu esse Brasil bonito por natureza e abençoado por Deus...
É uma nação povoada por duas espécies melífluas e vivas de seres bípedes: os homens e os políticos. E vice-versa. E mais não é preciso que se diga. E nem é bom falar. Eis que surgiram e proliferaram apóstolos mundiais, bispos universais, pastores televisivos, lobistas, cantores Gospel e consultores alquimistas

Ai, meu Jesus! Agora lá em cima o Senhor já sabe: é preciso muito mais que uma grande estratégia de comunicação e marketing para fazer um povo feliz; é preciso ter um programa infalível e vitalício que nem o papa, para governar e conduzir com fé e orgulho as coisas desse mundo; para consertar as pessoas, o corpo e a alma dos homens de boa vontade e mandar para os quintos do inferno o espírito de porco dos políticos fariseus e malfeitores de malfeitos.

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