A História Oficial: Versão sem contestação

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Versão sem contestação

Foto: Flickr Vilmar Tavares

Toda verdade emana de quem faz a História Oficial. Ou não.

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FONTE FIDEDIGNA

Pleno domingo... Eleição presidencial na França! Nem urna eletrônica tem por lá.

Aqui no Brasil nós temos até mais que isso. Temos urnas e temos caixas eletrônicos. O que não quer dizer grandes coisas: em São Paulo, basta ter um que ele explode.

Com toda precisão, os paulistas agora só chamam o caixa eletrônico de terminal bancário. Explode mais que bueiro em Copacabana.

Voltando à vaca fria do pleito primaveril na França: o povo francês não mostra pelo direito de votar o mesmo entusiasmo com que deseja plebiscito já!

Os franceses querem saber se, no caso da previsível derrota de Nicolas Sarkozy, a Carla Bruni vai querer continuar casada com ele. E mais ainda: se ela pode, mesmo com outro presidente, continuar sendo primeira-dama

Faz sentido. A fonte é fidedigna. É a História Oficial.

Delúbio Soares

Millôr Fernandes tinha razão: "a memória do brasileiro vai somente até à missa de 7º Dia".

Mas eis que o julgamento do Mensalão está em vias de começar a acontecer no Supremo Tribunal Federal. E já é tempo de sentir cócegas nos neurônios. Vamos re/conhecer a fabulazinha recente:

A pandilha dos mensaleiros de Dirceu é coisa de dar inveja à história de Ali Babá e os 40 Ladrões. É extensa. Mas a História Oficial começa pelo começo. Hoje é dia de Delúbio.

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, assumiu toda a
responsabilidade de arquitetar e executar o esquema de financiamento ilegal do PT e de outros partidos aliados com a ajuda de Marcos Valério.

Delúbio disse que nem a direção do PT, nem o ministro Zé Dirceu conheciam a origem dos recursos
obtidos com Valério.

Ele alegou que estes recursos seriam pagos e que serviram para o pagamento de despesas "não contabilizadas" das campanhas eleitorais de
2002 e 2004 do PT e dos partidos aliados.

A versão teve o aval de Valério. Delúbio afastou-se do cargo após as denúncias. Não sem antes dizer que tudo iria virar "piada de salão". A fonte é pra lá de fidedigna. O Brasil já está morrendo de rir.

Helena de Tróia e Joana D'Arc

Helena de Tróia não tinha nada a ver com Joana D'Arc. Não tinha, até àquela noite em que os gregos roubaram o cavalo de Joana e o deixaram nas cercanias da cidade natal da filha de Zeus e de Leda.

Quando os troianos, verdadeiras cavalgaduras, levaram o animal para dentro de seus domínios, foi um Deus nos acuda.

Saltou guerreiro panatinaikos e papadopulus de tudo quanto foi lado do quadrúpede pra cima dos troianos que não entenderam nada: parecia que tava todo mundo falando grego.

Só quem escapou foi a expedita Helena que montou no cavalo, saltou os paredões de Tróia, voou sobre o Mediterrâneo e foi cair, sã e salva, lá pelos confins de Jerusalém, bem no Muro das Lamentações.

A exausta fugitiva derreada nas encostas do templo de Herodes, voltou os olhos para o alto e rezou contrita e furiosa: "Herodes, vê se não me #@*&!"...

Depois de relaxar e gozar, parou de se lamentar quando deu de cara com a pirotécnica Joana D'Arc, dona do seu Pégaso, um garanhão duro como um pau.

Joana aproximou-se e tomou as rédeas da situação. Retomou o cavalo, mostrando simpatia e condescendência por Helena - afinal, ela mesma, há bom tempo, roubara o animal alado do tal de grego Perseu, marido de Medusa.

Foi arrebatamento à primeira vista. Talvez pelo sotaque charmoso e envolvente de Joana D'Arc, Helena logo percebeu que aquela mulher era fogo.

A troiana intempestiva decidiu ali mesmo, a enorme distância, mandar Menelau, seu marido, às favas. E, ao devolver o cavalo para Joana, conquistou sua eterna gratidão. Perdeu a montaria, mas ganhou a montadora.

E assim, por muitos e muitos anos, viveram uma fogosa paixão, daquelas que são eternas enquanto duram, posto que o amor é chama.